quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

INTERFERINDO NA ESTRUTURA DA LINGUAGEM BARROCA

INTERFERINDO NA ESTRUTURA DA LINGUAGEM BARROCA

Edmilton de Oliveira Rodrigues

Pollyanna Abud Laquis de Moraes

Rosana Moreira de Oliveira

Sofia de Oliveira Maia

Professora Orientadora: Joana Gláucia dos Santos
Resumo

O presente texto trata-se de uma reflexão a respeito da estrutura da linguagem barroca numa perspectiva do ensino da língua portuguesa, no sentido de ensino aprendizagem. Vários acontecimentos marcaram a evolução da língua. Neste artigo analisa-se o papel da linguagem barroca partindo da evolução da sociedade, mais especificamente do desenvolvimento da língua no decorrer dos tempos. Percebe-se neste artigo que o desafio passa primeiro pelas varias formas e estilos da linguagem, das metodologias de ensino e pela reformulação curricular que envolva mais o educando no seu contexto. Onde a tarefa do educador consiste em ajudar o educando a encontrar, por si mesmo, a solução.

Palavras chaves: Evolução, contexto, linguagem e solução.


1 – Introdução

Buscando uma nova visão sobre a forma de se expressar dentro de uma linguagem literária, o barroco apresenta varias alusões a linguagem apresentada por essa parte da literatura, que trás um mundo de olhar critico e nele interferindo na estrutura a qual se transmite através de palavras, gestos e cores.
Trazendo uma mensagem clássica, com refinamento do qual se era desejado, porque lhe conferia nobreza, condizendo com a necessidade de expressão da época, onde se interpreta situações vivenciadas através da arte que se sente no espiritual e dentro dos demais conflitos, entre a carne e o espírito, num sentimento de desejo.
Em que o eu lírico manifesta se, observando elementos que mostra sentimento ou sensações que traduzem o olhar distante da presença de Cristo. Nesta linguagem o barroco, faz uso de certas figuras de linguagem, com sugestões de cor, som e de imagem forte, com a finalidade de traduzir o sentido seja ele trágico ou não. Ressaltando a importância do barroco na linguagem literária.
Onde a estrutura da linguagem literária barroca, e suas variadas alusões de linguagem, dentro de um conhecimento na área de pesquisa, ou seja, encontrando interesse que reflete, por exemplo, em comparação e contraste, que contribui tanto na teoria como na prática dependendo através de experiência para descrever os vários tipos de estruturas a qual se encontra na linguagem literária.
Dentro das transformações que sofreu a linguagem literária barroca, principalmente na estrutura e uma época, ou seja, cultural ou não, isto é, buscando descrever os vários tipos de problemas e soluções encontrados nesse estudo, refletindo e oferecendo soluções dentro dessa diversidade.
Com objetivo de discutir questões do discurso literário, das possíveis definições e caracterizações deste. Buscar-se-á demonstrar que toda definição que se pretende definitiva deixa lacunas, não obstante o fato de o discurso literário ter suas caracterizações.
Já na leitura de uma determinada obra, percebe-se que alguma coisa leva a entendê-la como literatura ou não. Desde que, é lógico, seja um leitor experiente o suficiente para atentar-se a alguns aspectos específicos na elaboração da linguagem.
Tem-se a impressão que o texto é literário por apenas trabalhar a expressão, entretanto nem toda linguagem bem trabalhada é literatura. Sabe-se que a literatura é muito mais que isso existe elementos outros que caracterizam o texto literário e o fazem ficar para a posteridade como representantes de determinadas épocas sócio-culturais.
Entende-se, sim, que um texto literário, pode-se trabalhar a linguagem de forma criativa, porque utiliza os interstícios para enriquecer as possibilidades de leitura. O que se pretende evidenciar é que a literatura não é um fenômeno independente, ela é criada dentro de um contexto; numa determinada língua, num determinado país, numa determinada época, onde se pensa de uma determinada maneira, carregando em si marcas desse determinado contexto.
Por outro lado, num segundo momento, discutir o discurso literário entendido como texto institucionalmente determinado. Enfim, pensa-se em fazer um paralelo entre ambos, com intuito de demonstrar que o discurso literário é constituído histórica e socialmente, sem, no entanto, deixar de ter elementos que o diferenciam de outras formas de discurso, tais como: discurso histórico, discurso filosófico, discurso jornalístico, etc.
Neste sentido, o que importava para os integrantes do movimento era o procedimento, ou seja, o princípio da organização da obra como produto estético.

2 – O barroco apresenta varias alusões a linguagem apresentada
Frequentemente empregadas tanto nos texto como na arte barroca, isto é, numa construção que inverte a ordem normal da oração, ou seja, da escrita, como (sujeito + verbo + objeto + adjuntos), com a finalidade de enfatizar certas palavras ou expressões usadas pelos autores dessa fase como: Gregório de Matos, Claudio Manoel da Costa, Bento Teixeira Pinto, Matias Aires, Maria Alcoforado, Padre Antônio Vieira, Manuel Botelho de Oliveira e Frei Manoel de Santa Maria Itaparica.
Partindo dessa tal linguagem, que se baseia na competência básica que faz parte das preocupações do homem barroca. Para explicar o que é a vaidade dentro das metáforas que consiste no emprego de uma palavra e como é o sentido que não lhe é comum. Conforme Wölfflin (1989, p. 82)
O barroco constrói nichos apertados, janelas. Desproporcionais ao espaço, painéis que são grandes demais para sua superfície de parede a eles destinada, em suma, partes que são como que de outra tonalidade, que são combinadas segundo outra escala de proporções. A atração artística do barroco consiste na solução dessas dissonâncias. À medida que se elevam, os elementos contraditórios se explicam, a partir do acorde dissonante elabora - se uma harmonia de puras relações.
Esse é o objeto de um texto conduzido por ato reflexivo, ou seja, de compreensão poética onde se empreguem de imagem do eu lírico. E respectivamente que corresponde a linguagem, onde na vida nada é constante, tudo é efêmero, de acordo com a perspectiva do poeta.
Que expressa uma renovada linguagem de acordo com sua necessidade, para que se observam os diversos tipos existentes, com suas características e especialidades. Em prática empregando essa numa estrutura adequada a língua portuguesa. Contudo, pressupõe o que norteia o seu desenvolvimento no decorrer da época.
Amálio Pinheiro (2000), dentro dessa vertente, analisa o barroco como: As novas relações entre ordem / desordem, estrutura / subestrutura, interno / externo, (desdobradas pelas últimas revoluções cientificas) e se expõem na produção barroca através da máxima relação de tensão entre os núcleos temáticos e o desdobramento dos materiais analógicos, entre o que se pode ser lido digital e discretamente e o que se aglomera em golfadas de forma.
Quer dizer: ao mesmo tempo em que se desfaz a noção de coerência interna clássica aumenta a necessidade de rigor microestrutural; ao mesmo tempo em que se mitiga a busca das “essências” e se acelera a incorporação do que é marginal, lateral, específico (cosmolocal).
Fazendo com que traga a capacidade de empregar com propriedade os conhecimentos gramaticais adequados, acompanhados de uma investigação de fatos linguísticos em seus diversos contextos, sistematizando o conhecimento e sua posterior atualização que analise o emprego incorreto de fatos que ocorrem na sua interpretação, tendo por objetivo mostrar a língua como um sistema organizado que vem sendo aplicado gradativamente por cada época da nossa literatura. Witte (1992, p. 104) afirma que:
Na estrutura da linguagem, a finitude se espelha nas interrupções, nas descontinuidades da escrita em prosa. Cada fim de frase é algo assim como uma lembrança da morte. Através de sua técnica literária da citação e da fragmentação, a escritura alegórica expõe esta estrutura fundamental de toda linguagem escrita.
Como vem sendo apresentado em texto barrocos, nesta argumentação, reconstituindo e encadeando as imagens de um caminho tortuoso de seu raciocínio, portanto, o amor é anterior a razão, dentro do ponto de vista barroco.
Assim, acentua-se o embate ideológico, em busca de uma religiosidade, entre as ideias antropocêntricas e teocêntricas, que visa explicar este estilo, onde, portanto, suas expressões na arte criam uma profunda crise ideológica e uma multiplicidade de estado de espírito, dividido entre a razão e a fé, entre a mentalidade em expansão e os valores medievais defendido pelo clero e pela nobreza. De acordo com Bosi (1999, p. 29),
É na estufa da nobreza e do clero espanhol, português e romano, que se incuba a maneira Barroco-jesuítico: trata-se de um mundo já em defensiva, organicamente preso à Contra-Reforma e ao Império filipino, e em luta com as áreas liberais do Protestantismo e do racionalismo crescente na Inglaterra, na Holanda e na França.

Um estilo de arte com muita controvérsia, por ter uma forma irregular, conhecida por expressar o pessimismo, o conflito, o desequilíbrio entre a razão e a emoção. Literariamente, como seus grandes recursos revelam uma tendência à alusão e a descrição indiretamente, experimentando a coexistência angustiada de ideias e sentimentos opostos e contraditórios, que se reflete na inversão das frases a contorção da alma. Como afirma Giulio Carlo Argan: “(...) a exuberância visual e a fenomenização universal do Barroco estão certamente relacionadas com a reavaliação contra-reformista da manifestação sensível das verdades da fé.” (1992, p. 30).
Que se pode construir uma visão peculiar e própria sobre a vida humana e então, refletir sobre a mesma, pensando sempre na capacidade de moldagem do homem e na realidade vivida. Deste modo consiste o processo que é definido por Benjamin (1999, p. 76) como “Redenção Platônica”:
A descoberta pode encontrar o autêntico nos fenômenos mais estranhos e excêntricos, nas tentativas mais frágeis e toscas, assim como nas manifestações mais sofisticadas de um período de decadência. A idéia absorve a série das manifestações históricas, mas não para construir uma unidade a partir delas, nem muito menos para delas derivar algo de comum. Não há nenhuma analogia entre a relação do particular com o conceito e a relação do particular com a idéia. No primeiro caso, ele é incluído sob o conceito, e permanece o que era antes – um particular. No segundo, ele é incluído sob a idéia, e passa a ser o que não era – totalidade. Nisso consiste sua redenção platônica.

Assim, aqueles que pode ser compreendidos de maneira lógica, pela razão humana, passaram a ser considerados verdadeiros. A aproximação a Deus realizada pelos homens barrocos acontece no sentido da busca pela verdade, pois o intelecto humano aspira à verdade. Bourdie (1992, p. 69) afirma que:
A estrutura das relações entre o campo religioso e o campo do poder comanda, em cada conjuntura, a configuração da estrutura das relações constitutivas do campo religioso que cumpre uma função externa de legitimação da ordem estabelecida na medida em que a manutenção da ordem simbólica contribui diretamente para a manutenção da ordem política, ao passo que a subversão simbólica da ordem simbólica só consegue afetar a ordem política quando se faz acompanhar por uma subversão política desta ordem.

O conhecimento e o estudo da natureza e da história permitem um conhecimento da verdade relativa que não é similar à verdade absoluta de Deus. O racionalismo passa a ser compreendido associado à religião e não como aspectos opostos: Deus representa a verdade absoluta, a racionalidade em seu ápice.
Como seu objetivo é único, mas se desdobra em duas faces, a mundana e a espiritual. Ou seja, seu desejo é tentar explicar com os recursos da razão o destino do homem no mundo em concordância com os ensinamentos da religião cristã, correspondendo a um racionalismo cristianizado.
Nessa época, era quase impossível ficar passivo às interferências religiosas. Forte como sempre fora, a Igreja, com suas idéias, conseguem provocar o sentimento de medo do pecado, o receio do castigo e a dúvida entre simplesmente crer ou racionalizar.
A disposição social se articula de acordo com a hierarquia divina. Observa-se uma concepção que submete o mundo sensível ao mundo das idéias, ainda que esta não seja absolutamente simétrica, pois se acreditava na ocorrência de diferenças notáveis entre as hierarquias humana, eclesiástica e divina. Por outro lado, é um período no qual se realizam também tentativas de contenção do organismo social em defesa da divisão tripartida, frente à iminente possibilidade de fragmentação da estrutura hierárquica.
Trata-se de manter a justa medida, previamente ratificada pela tradição. No entanto, a doutrina jurídica moderna não se reduziu a regras rígidas, procurou conjugar particularidades para favorecer o equilíbrio geral.
Considerações Finais
Notou-se que existe uma nova visão sobre a forma de se expressar dentro de uma linguagem literária, o barroco nos apresenta varias alusões a linguagem apresentada por essa parte da literatura, que trás um mundo de olhar critico e nele interferindo na estrutura a qual se transmite através de palavras, gestos e cores.
Trazendo uma mensagem clássica, onde o refinamento era desejado, porque lhe conferia nobreza, condizendo com a necessidade de expressão da época, onde se interpreta situações vivenciadas através da arte que se sente no espiritual e dentro dos demais conflitos, entre a carne e o espírito, num sentimento de culpa.
Em que o eu lírico manifesta se, observando elementos que trás sentimento ou sensações que traduzem o olhar distante da presença de Cristo. Com esta linguagem o barroco, faz uso de certas figuras de linguagem, com sugestões de cor, som e de imagem forte, com a finalidade de traduzir o sentido.
Referências Bibliográficas
ARGAN, Giulio Carlo. História da arte como história da cidade. Tradução de Píer Luigi Cabra.São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BENJAMIN, Walter. Origem do Drama Barroco Alemão (Tradução, apresentação e notas de Sérgio Paulo Rouanet), São Paulo: Brasiliense, 1984.
BERRETTINI, Célia (trad.), FIGUEIREDO, Angela. Estudos sobre o Barroco. 3. Ed., São Paulo: Perspectiva/Editora da Universidade de São Paulo, 1988 (Coleção STYLOS).
BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura brasileira. 36 ed. São Paulo: Cultrix, 1999.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. 3. ed. Tradução de Sérgio Miceli, Silvia de Almeida Prado, Sonia Miceli e Wilson Campos Vieira. Introdução, organização e seleção de Sérgio Miceli. São Paulo: Perspectiva, 1992.
PINHEIRO, Amálio. Revista da Comunicação e Semiótica, Especial Barroco. 1994.
___________ Jornalismo e poética. Agosto/2000.
WITTE, Bernd. O que é mais importante: a escrita ou o escrito? In: Revista USP – Dossiê Walter Benjamin. São Paulo, n°15, setembro/novembro. 1992.
WÖLFFLIN, Heinrich. Renascença e barroco: estudo sobre a essência do estilo barroco e a sua origem na Itália. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1989.

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