INTERFERINDO NA ESTRUTURA DA LINGUAGEM BARROCA
Edmilton de Oliveira Rodrigues
Pollyanna Abud Laquis de Moraes
Rosana Moreira de Oliveira
Sofia de Oliveira Maia
Professora Orientadora: Joana Gláucia dos Santos
Resumo
O presente texto trata-se de uma reflexão a respeito da estrutura da linguagem barroca numa perspectiva do ensino da língua portuguesa, no sentido de ensino aprendizagem. Vários acontecimentos marcaram a evolução da língua. Neste artigo analisa-se o papel da linguagem barroca partindo da evolução da sociedade, mais especificamente do desenvolvimento da língua no decorrer dos tempos. Percebe-se neste artigo que o desafio passa primeiro pelas varias formas e estilos da linguagem, das metodologias de ensino e pela reformulação curricular que envolva mais o educando no seu contexto. Onde a tarefa do educador consiste em ajudar o educando a encontrar, por si mesmo, a solução.
Palavras chaves: Evolução, contexto, linguagem e solução.
1 – Introdução
Buscando uma nova visão sobre a forma de se expressar dentro de uma linguagem literária, o barroco apresenta varias alusões a linguagem apresentada por essa parte da literatura, que trás um mundo de olhar critico e nele interferindo na estrutura a qual se transmite através de palavras, gestos e cores.
Trazendo uma mensagem clássica, com refinamento do qual se era desejado, porque lhe conferia nobreza, condizendo com a necessidade de expressão da época, onde se interpreta situações vivenciadas através da arte que se sente no espiritual e dentro dos demais conflitos, entre a carne e o espírito, num sentimento de desejo.
Em que o eu lírico manifesta se, observando elementos que mostra sentimento ou sensações que traduzem o olhar distante da presença de Cristo. Nesta linguagem o barroco, faz uso de certas figuras de linguagem, com sugestões de cor, som e de imagem forte, com a finalidade de traduzir o sentido seja ele trágico ou não. Ressaltando a importância do barroco na linguagem literária.
Onde a estrutura da linguagem literária barroca, e suas variadas alusões de linguagem, dentro de um conhecimento na área de pesquisa, ou seja, encontrando interesse que reflete, por exemplo, em comparação e contraste, que contribui tanto na teoria como na prática dependendo através de experiência para descrever os vários tipos de estruturas a qual se encontra na linguagem literária.
Dentro das transformações que sofreu a linguagem literária barroca, principalmente na estrutura e uma época, ou seja, cultural ou não, isto é, buscando descrever os vários tipos de problemas e soluções encontrados nesse estudo, refletindo e oferecendo soluções dentro dessa diversidade.
Com objetivo de discutir questões do discurso literário, das possíveis definições e caracterizações deste. Buscar-se-á demonstrar que toda definição que se pretende definitiva deixa lacunas, não obstante o fato de o discurso literário ter suas caracterizações.
Já na leitura de uma determinada obra, percebe-se que alguma coisa leva a entendê-la como literatura ou não. Desde que, é lógico, seja um leitor experiente o suficiente para atentar-se a alguns aspectos específicos na elaboração da linguagem.
Tem-se a impressão que o texto é literário por apenas trabalhar a expressão, entretanto nem toda linguagem bem trabalhada é literatura. Sabe-se que a literatura é muito mais que isso existe elementos outros que caracterizam o texto literário e o fazem ficar para a posteridade como representantes de determinadas épocas sócio-culturais.
Entende-se, sim, que um texto literário, pode-se trabalhar a linguagem de forma criativa, porque utiliza os interstícios para enriquecer as possibilidades de leitura. O que se pretende evidenciar é que a literatura não é um fenômeno independente, ela é criada dentro de um contexto; numa determinada língua, num determinado país, numa determinada época, onde se pensa de uma determinada maneira, carregando em si marcas desse determinado contexto.
Por outro lado, num segundo momento, discutir o discurso literário entendido como texto institucionalmente determinado. Enfim, pensa-se em fazer um paralelo entre ambos, com intuito de demonstrar que o discurso literário é constituído histórica e socialmente, sem, no entanto, deixar de ter elementos que o diferenciam de outras formas de discurso, tais como: discurso histórico, discurso filosófico, discurso jornalístico, etc.
Neste sentido, o que importava para os integrantes do movimento era o procedimento, ou seja, o princípio da organização da obra como produto estético.
2 – O barroco apresenta varias alusões a linguagem apresentada
Frequentemente empregadas tanto nos texto como na arte barroca, isto é, numa construção que inverte a ordem normal da oração, ou seja, da escrita, como (sujeito + verbo + objeto + adjuntos), com a finalidade de enfatizar certas palavras ou expressões usadas pelos autores dessa fase como: Gregório de Matos, Claudio Manoel da Costa, Bento Teixeira Pinto, Matias Aires, Maria Alcoforado, Padre Antônio Vieira, Manuel Botelho de Oliveira e Frei Manoel de Santa Maria Itaparica.
Partindo dessa tal linguagem, que se baseia na competência básica que faz parte das preocupações do homem barroca. Para explicar o que é a vaidade dentro das metáforas que consiste no emprego de uma palavra e como é o sentido que não lhe é comum. Conforme Wölfflin (1989, p. 82)
O barroco constrói nichos apertados, janelas. Desproporcionais ao espaço, painéis que são grandes demais para sua superfície de parede a eles destinada, em suma, partes que são como que de outra tonalidade, que são combinadas segundo outra escala de proporções. A atração artística do barroco consiste na solução dessas dissonâncias. À medida que se elevam, os elementos contraditórios se explicam, a partir do acorde dissonante elabora - se uma harmonia de puras relações.
Esse é o objeto de um texto conduzido por ato reflexivo, ou seja, de compreensão poética onde se empreguem de imagem do eu lírico. E respectivamente que corresponde a linguagem, onde na vida nada é constante, tudo é efêmero, de acordo com a perspectiva do poeta.
Que expressa uma renovada linguagem de acordo com sua necessidade, para que se observam os diversos tipos existentes, com suas características e especialidades. Em prática empregando essa numa estrutura adequada a língua portuguesa. Contudo, pressupõe o que norteia o seu desenvolvimento no decorrer da época.
Amálio Pinheiro (2000), dentro dessa vertente, analisa o barroco como: As novas relações entre ordem / desordem, estrutura / subestrutura, interno / externo, (desdobradas pelas últimas revoluções cientificas) e se expõem na produção barroca através da máxima relação de tensão entre os núcleos temáticos e o desdobramento dos materiais analógicos, entre o que se pode ser lido digital e discretamente e o que se aglomera em golfadas de forma.
Quer dizer: ao mesmo tempo em que se desfaz a noção de coerência interna clássica aumenta a necessidade de rigor microestrutural; ao mesmo tempo em que se mitiga a busca das “essências” e se acelera a incorporação do que é marginal, lateral, específico (cosmolocal).
Fazendo com que traga a capacidade de empregar com propriedade os conhecimentos gramaticais adequados, acompanhados de uma investigação de fatos linguísticos em seus diversos contextos, sistematizando o conhecimento e sua posterior atualização que analise o emprego incorreto de fatos que ocorrem na sua interpretação, tendo por objetivo mostrar a língua como um sistema organizado que vem sendo aplicado gradativamente por cada época da nossa literatura. Witte (1992, p. 104) afirma que:
Na estrutura da linguagem, a finitude se espelha nas interrupções, nas descontinuidades da escrita em prosa. Cada fim de frase é algo assim como uma lembrança da morte. Através de sua técnica literária da citação e da fragmentação, a escritura alegórica expõe esta estrutura fundamental de toda linguagem escrita.
Como vem sendo apresentado em texto barrocos, nesta argumentação, reconstituindo e encadeando as imagens de um caminho tortuoso de seu raciocínio, portanto, o amor é anterior a razão, dentro do ponto de vista barroco.
Assim, acentua-se o embate ideológico, em busca de uma religiosidade, entre as ideias antropocêntricas e teocêntricas, que visa explicar este estilo, onde, portanto, suas expressões na arte criam uma profunda crise ideológica e uma multiplicidade de estado de espírito, dividido entre a razão e a fé, entre a mentalidade em expansão e os valores medievais defendido pelo clero e pela nobreza. De acordo com Bosi (1999, p. 29),
É na estufa da nobreza e do clero espanhol, português e romano, que se incuba a maneira Barroco-jesuítico: trata-se de um mundo já em defensiva, organicamente preso à Contra-Reforma e ao Império filipino, e em luta com as áreas liberais do Protestantismo e do racionalismo crescente na Inglaterra, na Holanda e na França.
Um estilo de arte com muita controvérsia, por ter uma forma irregular, conhecida por expressar o pessimismo, o conflito, o desequilíbrio entre a razão e a emoção. Literariamente, como seus grandes recursos revelam uma tendência à alusão e a descrição indiretamente, experimentando a coexistência angustiada de ideias e sentimentos opostos e contraditórios, que se reflete na inversão das frases a contorção da alma. Como afirma Giulio Carlo Argan: “(...) a exuberância visual e a fenomenização universal do Barroco estão certamente relacionadas com a reavaliação contra-reformista da manifestação sensível das verdades da fé.” (1992, p. 30).
Que se pode construir uma visão peculiar e própria sobre a vida humana e então, refletir sobre a mesma, pensando sempre na capacidade de moldagem do homem e na realidade vivida. Deste modo consiste o processo que é definido por Benjamin (1999, p. 76) como “Redenção Platônica”:
A descoberta pode encontrar o autêntico nos fenômenos mais estranhos e excêntricos, nas tentativas mais frágeis e toscas, assim como nas manifestações mais sofisticadas de um período de decadência. A idéia absorve a série das manifestações históricas, mas não para construir uma unidade a partir delas, nem muito menos para delas derivar algo de comum. Não há nenhuma analogia entre a relação do particular com o conceito e a relação do particular com a idéia. No primeiro caso, ele é incluído sob o conceito, e permanece o que era antes – um particular. No segundo, ele é incluído sob a idéia, e passa a ser o que não era – totalidade. Nisso consiste sua redenção platônica.
Assim, aqueles que pode ser compreendidos de maneira lógica, pela razão humana, passaram a ser considerados verdadeiros. A aproximação a Deus realizada pelos homens barrocos acontece no sentido da busca pela verdade, pois o intelecto humano aspira à verdade. Bourdie (1992, p. 69) afirma que:
A estrutura das relações entre o campo religioso e o campo do poder comanda, em cada conjuntura, a configuração da estrutura das relações constitutivas do campo religioso que cumpre uma função externa de legitimação da ordem estabelecida na medida em que a manutenção da ordem simbólica contribui diretamente para a manutenção da ordem política, ao passo que a subversão simbólica da ordem simbólica só consegue afetar a ordem política quando se faz acompanhar por uma subversão política desta ordem.
O conhecimento e o estudo da natureza e da história permitem um conhecimento da verdade relativa que não é similar à verdade absoluta de Deus. O racionalismo passa a ser compreendido associado à religião e não como aspectos opostos: Deus representa a verdade absoluta, a racionalidade em seu ápice.
Como seu objetivo é único, mas se desdobra em duas faces, a mundana e a espiritual. Ou seja, seu desejo é tentar explicar com os recursos da razão o destino do homem no mundo em concordância com os ensinamentos da religião cristã, correspondendo a um racionalismo cristianizado.
Nessa época, era quase impossível ficar passivo às interferências religiosas. Forte como sempre fora, a Igreja, com suas idéias, conseguem provocar o sentimento de medo do pecado, o receio do castigo e a dúvida entre simplesmente crer ou racionalizar.
A disposição social se articula de acordo com a hierarquia divina. Observa-se uma concepção que submete o mundo sensível ao mundo das idéias, ainda que esta não seja absolutamente simétrica, pois se acreditava na ocorrência de diferenças notáveis entre as hierarquias humana, eclesiástica e divina. Por outro lado, é um período no qual se realizam também tentativas de contenção do organismo social em defesa da divisão tripartida, frente à iminente possibilidade de fragmentação da estrutura hierárquica.
Trata-se de manter a justa medida, previamente ratificada pela tradição. No entanto, a doutrina jurídica moderna não se reduziu a regras rígidas, procurou conjugar particularidades para favorecer o equilíbrio geral.
Considerações Finais
Notou-se que existe uma nova visão sobre a forma de se expressar dentro de uma linguagem literária, o barroco nos apresenta varias alusões a linguagem apresentada por essa parte da literatura, que trás um mundo de olhar critico e nele interferindo na estrutura a qual se transmite através de palavras, gestos e cores.
Trazendo uma mensagem clássica, onde o refinamento era desejado, porque lhe conferia nobreza, condizendo com a necessidade de expressão da época, onde se interpreta situações vivenciadas através da arte que se sente no espiritual e dentro dos demais conflitos, entre a carne e o espírito, num sentimento de culpa.
Em que o eu lírico manifesta se, observando elementos que trás sentimento ou sensações que traduzem o olhar distante da presença de Cristo. Com esta linguagem o barroco, faz uso de certas figuras de linguagem, com sugestões de cor, som e de imagem forte, com a finalidade de traduzir o sentido.
Referências Bibliográficas
ARGAN, Giulio Carlo. História da arte como história da cidade. Tradução de Píer Luigi Cabra.São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BENJAMIN, Walter. Origem do Drama Barroco Alemão (Tradução, apresentação e notas de Sérgio Paulo Rouanet), São Paulo: Brasiliense, 1984.
BERRETTINI, Célia (trad.), FIGUEIREDO, Angela. Estudos sobre o Barroco. 3. Ed., São Paulo: Perspectiva/Editora da Universidade de São Paulo, 1988 (Coleção STYLOS).
BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura brasileira. 36 ed. São Paulo: Cultrix, 1999.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. 3. ed. Tradução de Sérgio Miceli, Silvia de Almeida Prado, Sonia Miceli e Wilson Campos Vieira. Introdução, organização e seleção de Sérgio Miceli. São Paulo: Perspectiva, 1992.
PINHEIRO, Amálio. Revista da Comunicação e Semiótica, Especial Barroco. 1994.
___________ Jornalismo e poética. Agosto/2000.
WITTE, Bernd. O que é mais importante: a escrita ou o escrito? In: Revista USP – Dossiê Walter Benjamin. São Paulo, n°15, setembro/novembro. 1992.
WÖLFFLIN, Heinrich. Renascença e barroco: estudo sobre a essência do estilo barroco e a sua origem na Itália. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1989.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário