quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A INFLUÊNCIA E AS CONTRIBUIÇÕES DAS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DAS ESCOLAS DOS MUNICÍPIOS DE CIDADE OCIDENTAL E

A INFLUÊNCIA E AS CONTRIBUIÇÕES DAS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DAS ESCOLAS DOS MUNICÍPIOS DE CIDADE OCIDENTAL E VALPARAÍSO


Maria Aparecida da Silva

Selma Maria da Silva Oliveira

Joana Gláucia dos Santos
Resumo:
O presente texto trata-se de uma reflexão a respeito da influência e as contribuições das variações linguísticas para alunos do ensino fundamental e médio das escolas dos municípios de Cidade Ocidental e Valparaíso. Numa perspectiva no sentido de ensino aprendizagem. Neste artigo tem-se o desejo de analisar as variantes das influências das variações lingüísticas neste local, partindo da evolução da sociedade, mais especificamente do desenvolvimento da comunidade no decorrer dos tempos. Percebe-se neste artigo que o desafio de chegar ao conhecimento da causa pelo qual ocorre tamanha variação nestes municípios estudados, no qual passa por varias formas e estilos da linguagem, das metodologias de ensino e pela reformulação curricular que envolva mais o educando no conhecimento.


Palavras-Chave: Variações lingüísticas, influencia de conhecimento e aprendizagem.

1.0 – Introdução

O presente estudo busca estudar a variação linguística diatópica nas escolas dos Municípios de Cidade Ocidental e Valparaíso com alunos do Ensino Fundamental e Médio.
A língua não é uma língua em si mesma, não é invisível, pode ser considerado um conjunto de dialetos. Há varias línguas dentro de uma língua oficial. Como no Brasil cada região tem seus falares e cada grupo sociocultural tem o seu. Pode-se afirmar que cada cidadão também tem o seu falar.
A essa característica da língua damos o nome de variação linguística. A variação linguística mais evidente é a que corresponde ao lugar em que o cidadão nasceu ou vive há bastante tempo. A essa variação, que corresponde ao lugar dar-se o nome de variação diatópica. Exemplos: macaxeira (Norte) – mandioca (Minas Gerais); pipa (Goiás) – papagaio (Minas Gerais); canjica (Centro-Oeste) – mungunzá (Paraíba). Qual a influência e quais as contribuições das variações linguística para os aluos do Ensino Fundamental e Médio das escolas dos Municípios de Cidade Ocidental e Valparaíso? Com a forte influência da migração alguns alunos tanto do Ensino Fundamental e Médio, apresentam uma forma variada de falar, ou seja, dentro de suas origens paternas e maternas, trouxe com sigo alguns hábitos que adquiriram ao longo de suas vidas. Com base neste histórico, buscamos estudar estas variações linguística, na finalidade de conhecer as origens dos nossos alunos.

2.0- A influência e as contribuições das variações linguísticas

Neste momento pretende-se analisar s informações coletadas nas entrevistas que têm como foco a pergunta com maior repercussão, positiva e negativa também, será se haverá muita diferença na fala de seus familiares e das pessoas de sua escola, pois os entrevistados constatarão que os professores tem uma maneira de falar, os colegas usam palavras diferentes (gírias) e em casa as conversas fluem de forma simples sem exigência das normas, ou seja, sem o uso correto das palavras e concordâncias. Percebemos que tudo dependerá não do grau de escolaridade, mas do nível em que a pessoa esta inserida.
Analisando o dialeto usado em seu meio social. Observando as diferenças no modo a qual falam seus colegas, pais e professores. Verificando a variação lingüística em âmbito distinto, ou seja, observando como ocorre essa variação e como podem ser recebidas na sociedade atual, quais as influências e as contribuições das variações linguísticas, para os alunos do Ensino Fundamental e Médio das escolas dos Municípios de Cidade Ocidental e Valparaíso.
Verificando que ao longo dos tempos vem se notando que nos Municípios de Cidade Ocidental e Valparaíso, por se tratar de cidades de forte influência de outras Regiões, que vem sendo aumentada ao longo dos anos, mostra que está em uma constate transformação mediante a sua diversidade lingüística encontrada dentro de diversos grupos sociais, por ser um constante devido seu estágio migratório de outras localidades, trazendo consigo novos hábitos e seu próprio vocabulário. Devido a isso tem havido uma tolerância de se valorizar desta forma a sua variação lingüística, pois é de grande relevância para pesquisa, já que o resultado conseguirá traduzir a quantidade exata de alunos que passam por essas variações.

3.0 – Onde os falantes podem ser reconhecidos com a sua naturalidade, pela sua forma de falar, pois os falantes adquirem as variedades linguísticas próprias da sua região, a sua classe social.

Com base nessas variedades da falada, constitui as marcas culturais da localidade dos Municípios de Cidade Ocidental e Valparaíso, onde os falantes podem ser reconhecidos com a sua naturalidade, pela sua forma de falar, pois os falantes adquirem as variedades linguísticas próprias da sua região, a sua classe social. Outra variação bastante evidente também é a que corresponde à camada social da qual o indivíduo faça parte. O falar de um cidadão é subordinado ao nível socioeconômico e cultural deles.
Quanto mais estudo tiver, mais bem trabalhadas serão suas frases. Quanto mais livros ler, mais cultura terá. Quanto mais exemplos tiverem de seus pais e professores, mais facilmente se comunicará com os demais. Segundo Labov (1972), a variação lingüística é natural, é essencial à linguagem humana, desta forma o que exigiria explicação seria a ausência da variação na linguagem e não a sua presença.
Meillet já apontava, em 1906, o fato social como motivação fundamental para ocorrerem alterações lingüísticas. Conforme Meillet apud Calvet (2002, p. 16), “Por ser a língua um fato social resulta que a lingüística é uma ciência social, e o único elemento variável ao qual se pode recorrer para dar conta da variação lingüística é a mudança social”.
As variações resultantes das características regionais, ou diatópicas, são representadas pelos distintos sotaques, evidenciados, por exemplo, pela diferente pronúncia de uma região, principalmente as de colonização e regiões nordestinas. Além dessas, as variações diatópicas também se evidenciam em outros níveis, como o lexical, por exemplo, com os variados nomes existentes para uma distribuição regional.
Já no plano léxico e semântico, a variação diatópica é o fenômeno de uma determinada comunidade de fala ou região eleger expressões próprias para nomear seres ou situações, para os quais encontraremos denominações distintas em outras regiões.
É bom salientar que ao se deve confundir a mutação semântica com regionalismo. Nesse caso, têm-se palavras diferentes, ou significados distintos para um mesmo objeto.
Isso significa dizer, na verdade, que o sentido de uma palavra, de uma expressão, de uma frase ou de um texto como um todo não é independente da variação lingüística em suas múltiplas dimensões.
De modo geral pode-se dizer que a lingüística se preocupou muito mais com a produção do que com a percepção, o que pode ser nos visto vários modelos operacionais fornecidos pelas várias teorias ao longo do tempo. Não é que a percepção tenha sido ignorada; ela está presente, e.g., na questão da aquisição da linguagem, como se pode ver nas primeiras propostas de Chomsky (CHOMSKY, 1965).
A variação, nesse caso, entendida como um fenômeno passível de ser descrito e analisado cientificamente, parte do princípio de que são os fatores sociais e lingüísticos que influenciam o uso de uma ou outra forma. Todavia, os propósitos de descrever a heterogeneidade lingüística e de encontrar um modelo capaz de dar conta da influência dos fatores sociais que atuam na língua.
O pressuposto básico da Teoria da Variação Lingüística, (LABOV, 1972), é o de que a heterogeneidade, ou variação, é inerente a todo sistema lingüístico e não é aleatória, mas ordenada por restrições lingüísticas e extralingüísticas. E são essas restrições que levam o falante a usar certas formas e não outras quando faz uso da língua falada.
Sobre tal abordagem, citamos as palavras de Naro (2003, p. 15):
O pressuposto básico do estudo da variação no uso da língua é o de que a heterogeneidade lingüística, tal como a homogeneidade lingüística, não é aleatória, mas regulada, governada por um conjunto de regras. Em outras palavras, tal como existem condições ou regras categóricas que obrigam o falante a usar categoricamente certas formas (a casa) e não outras (casa a), também existem condições ou regras variáveis que funcionam para favorecer ou desfavorecer variavelmente e com pesos específicos, o uso de uma ou outra das formas variáveis em cada contexto.

Tendo em vista que os fatores que atuam sobre o comportamento lingüístico dos falantes podem ser internos ou externos ao sistema lingüístico, uma análise, seguindo os moldes da sociolingüística variacionista, deve incorporar tanto os fatores lingüísticos quanto os fatores sociais.
Os fatores sociais ou extralingüísticos são determinados pelo sexo, escolaridade, idade, nível social e o lugar onde a pessoa mora. O importante, então, é o que possibilita a variação. Porém, nem todos os fatos da língua estão sujeitos a variações. Todas as variedades, do ponto de vista da estrutura lingüística, são perfeitas e completas em si. O que as tornam diferentes são os valores sociais que seus membros possuem na sociedade.
Isso quer dizer que qualquer sociedade vai ter suas variações lingüísticas de grupo social para grupo social, de época para época, de região para região, de situação para situação. Além dessas, existem outras formas de variação, como, por exemplo, o modo de falar de grupos profissionais, a linguagem usada na internet, celulares e a gíria, que é uma forma de linguagem baseada em um vocabulário especialmente criado por determinados grupos sociais com o objetivo de servir de emblema para os seus membros, distinguindo-os dos demais falantes.
Com a diferenciação social, em função das características do grupo a que pertence o falante, ou das circunstâncias em que se dá a comunicação, ocorrem as variedades sociais, causadas pelas diferenças de idade, sexo, raça, classe social, escolaridade, profissão, entre outras.
Conforme a situação em que está inserido, o falante pode usar a linguagem mais formal, mais cuidada, tensa, policiada, usada em situações de formalidade ou informal mais distenso, menos policiada, usada em situações de informalidade. A variedade mais cuidada do português geralmente se aproxima da chamada variedade padrão, que recebe várias denominações, como língua padrão, norma padrão, norma culta. Quando ligada à escrita, tenderá a mudar menos, pois a linguagem torna-se mais reflexiva, mais bem organizada, pressupondo um rascunho, uma reelaboração. Existe vários falares brasileiros.
A maior dificuldade é reconhecer que o português falado no Brasil é caracterizado por imensa diversidade e avaliar essa diversidade como um aspecto positivo da linguagem. Cabe ao professor reconhecer os fenômenos lingüísticos que ocorrem no ambiente escolar, identificar o perfil sociolingüístico de seus alunos para, junto com eles, construir uma educação que leve em conta os conhecimentos prévios de cada um.
Segundo Bagno (2006, p.150):
Uma das tarefas do ensino de língua seria, então, discutir os valores sociais atribuídos a cada variante lingüística, enfatizando a carga de discriminação que pesa sobre determinados usos da língua, de modo a conscientizar o aluno de que sua produção lingüística, oral ou escrita, estará sempre sujeita a uma avaliação social, positiva ou negativa.

Somente desempenhando um papel crítico em sala de aula é que poderemos resolver os problemas com todos os professores ou pelo menos diminuir os problemas de convívio com a diversidade cultural. Mas sem esquecer a liberdade de seus alunos expressarem suas origens. Pois segundo Celso Cunha em “Uma política de idioma”, a língua não é usada de modo homogênio por todos os seus falantes.
O uso de uma língua pode ser variado de época para época, de região para região, de classe social para a outra e assim por diante até mesmo individualmente não podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma de língua. Esta variação acontece até com uma pessoa dentro da mesma família, quando, por exemplo, ao falar com seu pai, cu filho e com sua mãe, eles usam variações nas colocações do que se fala respeitando a idade e a posição e a classe social.
Por isso, nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio. No Brasil temos uma riquíssima variação de estado para estado, não somente no sotaque, mas na própria variação diatópica, principalmente nas nossas escolas do entorno de Brasília, vivenciamos estas riquezas, como, por exemplo, como nos brinquedos, pipa para goiano, papagaio para os mineiros, arraias para os paulistas. Na agricultura temos também alguns exemplos como a mandioca, que pode ser o aipim ou macacheira.
Como é importante dentro dos estudos destas variações, para com que possamos explicar para nossos alunos que não é errado o que eles falam, como, por exemplo, em Portugal, que se refere à criança com “miúdo” e já no Brasil usa-se termos como moleque, garoto, menino e guri. Todos, falamos corretamente de acordo com a localidade ou cultura.
Por isso, pode-se afirmar que não existe um lugar que se fala melhor que o outro ou fala corretamente apenas em determinada região. Até mesmo as pessoas que usam a norma culta, não podemos dizer que são pessoas que falam corretamente. Isso ocorre também com quem fala gírias ou puxa o “s” como os cariocas ou “r” como os paulistas também falam bem o português. Todos nos usamos a comunicação e não estamos errados, pois podemos nos compreender e fazer compreendido.

4.0 – Considerações Finais

Sobre essas variações linguísticas, que seja capaz de despertar o conhecimento dos vários tipos de linguagem. E ao mesmo tempo relacionar dentro das escolas onde convive o poder tanto na relação em grupos como no individual.
Definindo assim uma nova expectativa que possibilite descobrir teorias da dimensão que poderá refletir as variações linguísticas dos Municípios, e orientado nas mais diferentes teorias e práticas que abrange uma forma de observação dos hábitos e costumes dos alunos dessas escolas.
Com objetivo se tornar notório o problema, permitindo que todos os alunos, identificando quais os fatores que serão determinantes e a ocorrência dos fenômenos, através de um levantamento direto conhecendo os seus comportamentos.

5.0 Referências

BAGNO, Marcos. A norma oculta: língua e poder na sociedade brasileira. 5.ed. São Paulo: Parábola, 2006.
CALVET, Louis-Jean. Sociolingüística: uma introdução crítica. São Paulo: Parábola, 2002.
CHOMSKY, N. Aspects of the theory of syntax. M. I. T, Press. Cambridge, Mass. 1965.
CUNHA, Celso. Uma política do idioma. S. José, Rio de Janeiro. Ed. Tempo Novo - 1964.
ESTELA, Maria; BERTONE, Ricardo. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola. 2004.
LABOV, William. Sociolinguistic Patterns. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1972.
MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Anna Christina. Introdução à linguística I. São Paulo. Ed. Cortez, 2001.
NARO, A. J. Modelos quantitativos e tratamento estatístico. In: MOLLICA, M. C.; BRAGA, M. L. (Orgs.) Introdução à Sociolingüística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2003.

Um comentário: